
O que é um apóstolo segundo a Bíblia? Quais são as suas qualificações? Augustus Nicodemus nos ajuda com essas questões. Confira:
O que é um apóstolo segundo a Bíblia? Quais são as suas qualificações? Augustus Nicodemus nos ajuda com essas questões. Confira:
E Paulo? Por que Paulo foi um apóstolo se não era um dos 12?
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Por: Augustus Nicodemus. © 2014 Ministério Fiel. Original: O que é um apóstolo bíblico? e Por que Paulo foi um apóstolo se não era um dos 12?.
Augustus Nicodemus é bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, mestre em Novo Testamento pela Universidade Cristã de Potchefstroom, na África do Sul, e doutor em Hermenêutica e Estudos Bíblicos pelo Seminário Teológico de Westminster, na Filadélfia (EUA), com estudos adicionais na Universidade Reformada de Kampen, na Holanda. Atualmente é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, professor do Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper e pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana de Santo Amaro, SP.
Em seu texto 5 motivos por que você deve pregar sobre a ira de Deus, Steven Lawson argumenta que a obra de Cristo exige que preguemos sobre o inferno, pois Cristo pregou sobre a ira de Deus e sofreu a ira de Deus por nós:
A pregação de Cristo a exige: Ironicamente, Jesus teve mais a dizer acerca da ira divina do que qualquer outro na Bíblia. Nosso Senhor falou sobre a ira de Deus mais do que falou sobre o amor de Deus. Jesus alertou acerca do “inferno de fogo” (Mateus 5.22) e da “destruição” eterna (7.13) onde há “choro e ranger de dentes” (8.12). Sem rodeios, Jesus foi um pregador do fogo do inferno e da condenação. Os homens nos púlpitos fariam bem em seguir o exemplo de Cristo em sua pregação.
A glória da cruz a exige: Cristo sofreu a ira de Deus por todos aqueles que haveriam de invocá-lo. Se não há nenhuma ira divina, não há nenhuma necessidade da cruz, muito menos da salvação das almas perdidas. De que os pecadores precisariam ser salvos? Apenas quando reconhecemos a realidade da ira de Deus contra aqueles que merecem o juízo é que nós descobrimos que gloriosa notícia é a cruz. Muitos ocupantes de púlpito de hoje se vangloriam de terem um ministério centrado na cruz, embora raramente, se é que o fazem, pregam a ira divina. Isso é uma violação da própria cruz.
Veja os outros 3 motivos por que devemos pregar sobre o inferno e a ira de Deus:
Por: Steven Lawson. © 2014 Ligonier Ministries. Original: Preaching the Wrath of God.
Este artigo faz parte da edição de fevereiro de 2014 da revista Tabletalk.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. Revisão: Vinícius Musselman Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: 5 Motivos Por Que Você Deve Pregar Sobre a Ira de Deus.
Steven J. Lawson é o pastor da Christ Fellowship Baptist Church, em Mobile, Alabama. Obteve seu mestrado em teologia no Seminário Teológico de Dallas e doutorado em ministério no Seminário Teológico Reformado. Escreveu 14 livros, incluindo a “Arte Expositiva de João Calvino” e “As Firmes Resoluções de Jonathan Edwards” (Fiel).
“A palavra ideologia pode ser usada para designar qualquer conjunto de ideias sobre um assunto, mas também pode ter uma conotação negativa próxima à de uma palavra parecida, a idolatria. Uma ideologia, assim como um ídolo, é uma descrição parcial e limitada da realidade que foi promovida ao nível da palavra final sobre as coisas. Ideólogos acreditam que a sua escola ou partido têm a resposta real e completa para os problemas da sociedade.” – Tim Keller
Assista à aula de Jonas Madureira e aprenda mais sobre o assunto:
Veja os outros vídeos da série.
Por: Jonas Madureira. © 2014 Escola Charles Spurgeon. Original: Cosmovisão & Política 03/06.
Jonas Madureira é bacharel em teologia pelo Betel Brasileiro e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; bacharel e mestre em filosofia pela PUC-SP e doutorando em filosofia pela USP e Universidade de Colônia, na Alemanha. É professor de filosofia e teologia sistemática na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, no Servo de Cristo e no Seminário Martin Bucer. Autor do livro “Filosofia” do Curso Vida Nova de Teologia básica.
Aqui estão, pois, seis benefícios do cântico congregacional dos salmos:
1. Ao cantar os salmos, você literalmente canta a Bíblia.
Bons hinos são teologicamente profundos, artisticamente profundos e bíblicos em seu conteúdo, mas eles não são as próprias palavras da Escritura. Contudo, quando cantamos os salmos, estamos cantando a própria Bíblia. A estrutura poética, os temas e o conteúdo dos salmos são a Palavra inspirada de Deus para a sua igreja em todas as eras.
2. Ao cantar os salmos, você interage com uma riqueza de teologia.
Martinho Lutero disse acerca do Saltério: “Ele poderia ser apropriadamente intitulado uma Pequena Bíblia, na qual tudo o que há na Bíblia inteira é bela e brevemente abrangido”. Os 150 salmos cobrem a orla da teologia. Salmodia é estudo teológico.
3. Ao cantar os salmos, você memoriza a Escritura.
Uma parte importante da maturidade cristã é a habilidade de recordar passagens da Escritura conforme a necessidade. Os educadores há muito têm reconhecido o papel da música no auxílio à memorização. Isso não é por acidente; antes, reflete a mão providencial do nosso Deus Criador. Ele deseja que você memorize a sua Palavra e providenciou um meio de facilitar a memorização – o Saltério, que é, e deve ser usado assim, a Escritura em forma musical.
4. Ao cantar os salmos, você se protege da heresia.
Andrew Fletcher disse: “Deixe-me escrever as canções de um país, e eu não importo com quem escreve as suas leis”. Isso faz sentido. Cânticos gravam informações no profundo de nosso coração. Contudo, esse poder pode ser usado de modo maligno. Desde que a igreja existe, canções têm sido usadas para inculcar heresias. Os salmos são recursos contra heresias.
5. Ao cantar os salmos, você canta com toda a extensão das emoções humanas.
Ira piedosa, tristeza comovente, depressão profunda, alegria exultante, dúvida honesta e louvor exuberante são apenas alguns exemplos da extensão de emoções abarcada pelos salmos. A maioria das igrejas compreende o encargo de ensinar o seu povo a como pensar. Muito poucas consideram a sua responsabilidade de ensinar o seu povo a como sentir. Os salmos servem como os tutores das nossas afeições.
6. Ao cantar os salmos, você louva a pessoa e a obra de Jesus Cristo.
Uma das afirmações mais desinformadas que um cristão pode fazer contra a salmodia é: “Eu não canto os salmos porque eles não falam sobre Jesus”. Quando os cristãos priimtivos desejavam cantar acerca da morte expiatória de Jesus e da sua gloriosa ressurreição, eles se voltavam para os salmos. Um rápido passeio pelas referências cruzadas no Novo Testamendo seria suficiente para convencer até o mais ferrenho crítico de que cantar os salmos é cantar sobre a pessoa e a obra de Cristo.
Veja também Quatro passos para começar a cantar os salmos lendo o artigo completo:
Por: Joe Holland. © 2014 9Marks. Original: Rediscovering Jesus’ Hymnbook.
Este artigo faz parte da edição de março/abril de 2014 do 9Marks Journal.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: Redescobrindo o Hinário de Jesus.
Joe Holland é pastor da Christ Covenant Presbyterian Church em Culpeper, Virgínia, EUA.
Nesse vídeo, Jonas Madureira, baseado no livro “Política segundo a Bíblia” (Edições Vida Nova), nos traz 5 visões erradas que os cristãos têm sobre a política:
Confira:
Veja os outros vídeos da série.
Por: Jonas Madureira. © 2014 Escola Charles Spurgeon. Original: Cosmovisão & Política 04/06.
Jonas Madureira é bacharel em teologia pelo Betel Brasileiro e pela Universidade Presbiteriana Mackenzie; bacharel e mestre em filosofia pela PUC-SP e doutorando em filosofia pela USP e Universidade de Colônia, na Alemanha. É professor de filosofia e teologia sistemática na Faculdade Teológica Batista de São Paulo, no Servo de Cristo e no Seminário Martin Bucer. Autor do livro “Filosofia” do Curso Vida Nova de Teologia básica.
Por Pr. Silas Figueira
Texto base Jo 4.19-30
INTRODUÇÃO
O texto nos conta que Jesus, juntamente com os seus discípulos, estão se retirando da Judéia indo em direção a Galiléia e era necessário atravessar a província de Samaria, pois esta ficava entre a Judéia, ao sul e a Galiléia, ao norte, e nesse percurso chegam a uma cidade samaritana de nome Sicar. Ali havia um poço, que segundo a tradição, havia sido cavado por Jacó, perto das terras que Jacó havia dado a seu filho José (Gn 48.22).
Jesus, cansado da viagem, se assenta junto à fonte por volta do meio dia. Nesse ínterim chega uma mulher samaritana para tirar água, e, Jesus, lhe pede um pouco d’água. Ela o retruca, pois sendo ele judeu como pede a ela que lhe dê água sendo ela uma mulher samaritana? Pois, como lemos no texto, os judeus e samaritanos não se davam nada bem. E isso era coisa antiga. Mas é através desse pedido que se inicia uma longa conversa e uma das mais lindas revelações que o Senhor faz a uma pessoa. Ele a revela que Ele podia lhe dar a Água da Vida, que o Pai busca adoradores e não adoração e que não há um lugar específico para que isso ocorra e o mais importante, que Ele era o Messias esperado por ela.
E é durante essa conversa que esta mulher faz uma pergunta crucial: “Onde está Deus?”
Onde está Deus? Talvez você já tenha se feito esta pergunta. Talvez você já tenha perguntado isso a alguém num momento de grande crise existencial. Talvez você tenha tido uma resposta muito vaga ao seu questionamento e por isso saiu insatisfeito com a resposta; ou quem sabe, você teve uma resposta muito bem dada a respeito de onde Deus está, mas que não fez diferença em sua vida. Assim como você, há muitas pessoas em todo o mundo fazendo a mesma pergunta. Pois há um vazio na alma que nada preenche. O prazer é passageiro, a alegria é momentânea e o sonho muitas vezes vira um pesadelo. Aí você pergunta: “Onde está Deus?” Porque você sabe que só Ele pode preencher o vazio de sua alma. Talvez você tenha procurado preencher esse vazio em muitas coisas, mas saiu pior que antes, pois depois que o feito do álcool acabou só ficou um grande vazio. Depois da festa ficou uma grande frustração de saber que a pessoa com quem você ficou nem se quer procurou saber o seu nome. E é nessa hora que você pergunta: “Onde está Deus?”, pois você sabe que o prazer deste mundo passa e fica no lugar um grande vazio. Essa mulher também sabia muito bem o que era ter um grande vazio, pois a vida não tinha sido, até aquele momento, muito boa para ela.
O seu questionamento é o mesmo dessa mulher samaritana. Ela também queria saber onde estava Deus. Onde era o lugar correto de adorá-Lo? Se no templo em Jerusalém como diziam os judeus ou no monte Gerizim como ela havia aprendido com os seus antepassados? Onde ele está para que eu possa adorá-lo? Essa foi a pergunta dessa samaritana sem nome dirigida ao Deus encarnado: “Onde está Deus?” Onde Ele está que não se importa comigo? Que não vê as minhas lágrimas? Que não vê o meu sofrimento?
Esse texto me encanta porque o Senhor Jesus não a deixou sem resposta, muito pelo contrário. Na verdade, o Senhor Jesus lhe deu uma das maiores revelações bíblicas. O Senhor lhe abriu os olhos espirituais para entender que o Pai está em todos os lugares, que não existe um lugar geográfico para adorá-lo, pois o Pai não busca adoração, mas adoradores que o adorem em espírito e em verdade independentemente de um lugar específico.
Mas o que me chama a atenção é que de tantos samaritanos naquela cidade o Senhor faz essa revelação a uma mulher – essas naquela época não eram valorizadas, tanto judias e principalmente samaritanas. Os rabinos na época de Jesus ensinavam que um homem não devia manter conversa alguma com uma mulher, na rua, nem mesmo com sua própria esposa; e muito menos, ainda, com qualquer outra mulher, para que os homens não venham a murmurar. E ainda pesava contra ela a questão de ser uma mulher que havia se casado cinco vezes e a pessoa com quem ela vivia nem o nome lhe havia dado. Por causa disso ela era mal vista na cidade, por isso ela ia ao poço ao meio dia para não ter que se encontrar com as outras mulheres do local. No entanto, Jesus mantém um longo diálogo com esta samaritana.
Max Lucado conta que uma vez foi a um cemitério e observou que havia uma lápide onde não trazia nem a data do nascimento e nem a data da morte da pessoa ali sepultada, somente o nome de uma mulher. Na lápide se lia: Grace Llewellen Smith e o nome de seus dois maridos. E estava escrito logo abaixo este epitáfio:
“Dorme, mas não descança.
Amou, mas não foi amada.
Tentou agradar, mas não agradou.
Morreu, como viveu – sozinha”.
E ele acrescenta dizendo que se existe uma Grace Llewellen Smith no Novo Testamento foi esta mulher samaritana. Este epitáfio bem que podia ser dela. Pois esta mulher conhecia bem o que era abandono – foi casada cinco vezes, cinco camas diferentes, cinco rejeições diferentes. Cinco vezes abandonada. Ela sabia o que era amar e não ser amada. Seu atual companheiro nem o nome lhe deu. Ela conhecia o que era ser rejeitada pelo preconceito racial – era samaritana. Por ser mulher – conhecia a discriminação sexual e por ter sido casada cinco vezes sabia o que era abandono e rejeição da sociedade.
Mas foi exatamente nesta mulher que o Senhor Jesus encontrou a pessoa mais desejosa de encontrar Deus. Essa mulher estava como Davi quando escreveu o Salmo 42.1,2:
“Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus?
Por isso que lendo esse texto descubro que o Senhor sempre se revela a quem o busca, e essa mulher o encontrou não por ser perfeita, mas por ser honesta. Ela não ocultou a sua condição matrimonial, assim como não ocultou o seu desejo de encontrar Deus.
Através desse episódio ocorrido no poço de Jacó esta samaritana aprendeu coisas tremendas com Jesus e, da mesma forma, nós também podemos aprender lições preciosas para o nosso crescimento espiritual também hoje. Vejamos:
A PRIMEIRA LIÇÃO: JESUS QUEBRA A BARREIRA DO PRECONCEITO (Jo 4.7-9).
Apesar de essa mulher ser samaritana e ter uma vida duvidosa, o Senhor Jesus passou por cima das tradições judaicas e se dirige aquela pobre mulher. Pois como lemos judeus e samaritanos não se falavam, havia um preconceito entre ambos. Principalmente porque os judeus se achavam superiores aos samaritanos. E como já dissemos um homem não podia se dirigir a uma mulher na rua. O que vemos aqui?
1º – Jesus é quem inicia a conversa (v 7). A salvação é iniciativa de Deus e não nossa. O homem sem Deus está morto em seus delitos e pecados e se o Senhor não o despertar da morte ele não irá buscar a salvação de modo algum (Ef 2.1-6).
2º – Jesus procura se relacionar com o homem da mesma forma hoje. Quantas pessoas pensam que o Senhor não se importa com elas por serem pecadoras, por terem uma vida promíscua. Mas saiba de uma coisa, Deus não mudou. Ele ainda continua a procura do homem perdido assim como o pastor foi em busca da ovelha perdida (Lc 15.3-7).
3º – Jesus mostra para aquela mulher que as pessoas podem ter preconceitos, mas Deus não. Jesus podia ser judeu na carne, mas era o Deus encarnado buscando as ovelhas perdidas do Seu Pai (Jo 10.11-16). A Bíblia nos fala em Apocalipse que João viu diante do trono uma multidão incontável de todas as nações, tribos, línguas e povos (Ap 7.9,10).
“Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação”.
A SEGUNDA LIÇÃO: JESUS MOSTRA PARA AQUELA MULHER QUE A ÁGUA QUE ELE OFERECIA ERA A VERDADEIRA ÁGUA VIVA (Jo 4.10).
Aquela mulher valorizava aquela fonte por duas razões: primeira por ter sido uma fonte ou um poço aberto por Jacó, o grande patriarca e segundo, por ser uma fonte que tinha uma água potável que saciava-lhe a sede. No entanto Jesus mostrou para ela três fatos que ela desconhecia:
1º – Jesus mostrou para ela que aquela fonte não era a única que podia satisfazer a sede Jo.4.10). A sede física qualquer água potável pode satisfazer, mas a sede espiritual só o Senhor Jesus satisfaz.
2º – Jesus mostrou para aquela mulher que as outras fontes são falsas (Jo 4.13). Não há outra fonte que satisfaça a nossa sede espiritual. Muitas pessoas tem procurado satisfazer essa sede nos prazeres, no sexo, nas riquezas, na fama. Mas isso passa, e no final o que sobra? Uma sede insaciável.
3º – Jesus mostrou para aquela mulher que a fonte de Jacó mata a sede de forma momentânea, mas quem beber da água que Ele der nunca mais a pessoa terá sede (Jo.4.12-14). Jesus não era só maior que Jacó, Jesus havia criado Jacó. Há muitas pessoas hoje idolatrando pessoas e se esquecendo de quem é o verdadeiro criador de todas as coias. Quantas pessoas indo a poços que não retêm a água. Como disse o Senhor através da boca do profeta Jeremias:
“Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13).
Onde você tem procurado matar a sua sede? Nos prazeres momentâneos deste mundo ou em Deus criador dos céus e da terra? Naquilo que é passageiro ou naquilo que é eterno?
TERCEIRA LIÇÃO: JESUS DESPERTA NELA O DESEJO DA ÁGUA VIVA (Jo 4.15).
Só que esta mulher não havia entendido o sentido das palavras de Jesus a respeito da água viva. Ela havia interpretado de forma literal e não de forma espiritual. Corremos o mesmo risco hoje também.
1º – Ainda hoje há pessoas que não entendem as palavras de Jesus. Muitas pessoas estão interpretando as palavras de Jesus de forma literal outros de forma figurada. Por exemplo, quando Jesus falou sobre o novo nascimento com Nicodemos ele achou que deveria voltar ao ventre materno e nascer novamente (Jo 3.4). Por isso é necessário estudarmos a Bíblia com a ajuda do Espírito Santo para podermos interpretá-la de forma correta. Mas quantos “achismos” temos visto em muitos púlpitos por aí. Pastores que tem preguiça de estudar a Palavra. Pastores que não dedicam tempo ao aprendizado e ainda usam o chavão que “A letra mata”.
Observe o conselho de Paulo a Timóteo:
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
2º – A má interpretação do texto sagrado tem levado muitas pessoas a terem uma visão totalmente distorcida de Jesus. Muitos o veem como tudo, menos como salvador. O veem como provedor de riquezas, como um curandeiro, como um casamenteiro, como um Salvador universal, como um socialista – tanto que temos a Teologia da Missão Integral em nossos arraias hoje. Quem é Jesus para você meu irmão?
A pergunta que Jesus fez aos seus discípulos ecoa em nossos ouvidos ainda hoje: “Mas vós, continuou ele, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16.15). O que o Senhor Jesus é para você meu irmão? Como você o tem visto?
JESUS SE REVELA A UM CORAÇÃO SEDENTO
Nesse momento da conversa com a samaritana a conversa aparentemente muda de curso, mas na verdade é o ápice da revelação ao coração daquela mulher sedenta de conhecer Deus. E por conhecer o seu desejo o Senhor Jesus se revela a ela. Observando essa conversa entendo que o Senhor Jesus ainda se revela hoje assim como se revelou aquela mulher.
1º – JESUS SE REVELA A QUEM RECONHECE OS SEUS PECADOS (Jo 4.16,17).
Quando Jesus diz para a samaritana chamar o seu marido ela imediatamente admite que não tinha marido. E nisso o Senhor não a recriminou, muito pelo contrário, até a elogiou pela sua sinceridade, não que Ele estivesse apoiando o seu pecado, mas a sua honestidade. Podemos entender com isso duas coisas:
1º – O Senhor não se revela a quem não se vê como pecador. A maior dificuldade que Jesus teve não foi com os pecadores, mas com os fariseus, com os escribas e com os sacerdotes. Tanto que no capítulo 23 de Mateus o Senhor Jesus profere vários “Ais” contra os escribas e fariseus. A pior coisa que pode acontecer com uma pessoa é tentar esconder os seus pecados através de uma religiosidade hipócrita. Gente que se vê santa e não reconhece que pela graça e somente por ela é que somos salvos (Ef 2.8,9).
2º – Jesus se revelou a esta samaritana por sua sinceridade diante da vida que tinha. Cinco casamentos, cinco rejeições, cinco camas diferentes. Era rejeitada por todas as pessoas da cidade, tanto que ia buscar água ao meio dia, hora em que não havia pessoas no poço. Ser rejeitada pelo judeu desconhecido para ela não importava. Ela já esperava sua reprovação. Mas ao invés disso ocorrer o Senhor lhe surpreende com essa palavra:
“Replicou-lhe Jesus: Bem disseste, não tenho marido; porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto disseste com verdade”.
A verdade na boca dessa mulher fez com que o Senhor a elogiasse. Mas uma vez repito: o Senhor não estava apoiando o seu pecado, mas a sinceridade e honestidade dela diante da vida que tinha. Essa é a diferença que o Senhor quer de cada um de nós. Como disse Davi no Salmo 51.17:
“Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.
O Senhor não espera de nós perfeição, mas honestidade para admitir que somos pecadores e que precisamos de perdão e se Sua misericórdia.
Veja o que João nos escreve em sua primeira carta:
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 1.8-10; 2.1,2).
Quem não se vê como pecador rejeita o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário. Na verdade quem assim se vê é um idólatra, pois acha que sua justiça é suficiente para levá-lo ao céu. No entanto o profeta Isaías compara a nossa justiça como trapo de imundície:
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam” (Is 64.6).
Mas quem “encobre as suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia” (Pv 28.13).
Pecado confessado é pecado perdoado, lembre-se disso.
2º – JESUS SE REVELA A QUEM QUER ENCONTRÁ-LO (Jo 4.19-24).
A pergunta desta mulher é muito relevante, pois mostra que ela desejava saber onde Deus estava se era no monte Gerizim ou em Jerusalém. Que lugar o Deus de Israel tinha escolhido entre as suas tribos para que ali habitasse o Seu nome? Aonde o Seu povo deveria ir para adorá-lo? Para entender essa pergunta devemos conhecer o contexto histórico. Os samaritanos só reconheciam como texto sagrado os cinco primeiros livros do Antigo Testamento e, segundo eles, o lugar de adoração era no monte Gerizim, ou seja, a religião deles estava alicerçada somente no Pentateuco.
Eles observavam o que Moisés disse em Dt 27.1-4:
“Moisés e os anciãos de Israel deram ordem ao povo, dizendo: Guarda todos estes mandamentos que, hoje, te ordeno. No dia em que passares o Jordão à terra que te der o SENHOR, teu Deus, levantar-te-ás pedras grandes e as caiarás. Havendo-o passado, escreverás, nelas, todas as palavras desta lei, para entrares na terra que te dá o SENHOR, teu Deus, terra que mana leite e mel, como te prometeu o SENHOR, Deus de teus pais. Quando houveres passado o Jordão, levantarás estas pedras, que hoje te ordeno, no monte Ebal, e as caiarás”.
Só que há um detalhe, eles substituíram o Monte Ebal que foi o monte onde Moisés proferiu as maldições (Dt 27.11-26), pelo monte Gerizim onde ele proferiu as bênçãos (Dt 28.1-14). Nesse monte eles haviam construído um templo para evitar que os peregrinos fossem a Jerusalém. Embora no ano 128 a.C ele havia sido destruído o monte Gerizim continuava sendo reverenciado. Além de não crerem nos escritos que os judeus observavam, os samaritanos trocaram um monte pelo outro.
Segundo alguns historiadores eles deixaram de observar os outros escritos da Lei quando foram impedidos de ajudarem na reconstrução do templo em Jerusalém quando os judeus voltaram do cativeiro babilônico. Com isso construíram um templo no monte Gerizim para que os samaritanos não fossem a Jerusalém adorar no templo reconstruído.
No entanto, o Senhor Jesus não deixou esta mulher sem a devida resposta. Pelo contrário, dentro do contexto que ela conhecia Ele lhe tirou todas as dúvidas.
1º – Jesus lhe mostrou que ela estava totalmente enganada (v 22). Essa resposta de Jesus foi bem diferente do que ela poderia esperar. Mas Jesus fala isso porque Jacó havia proferido várias profecias sobre seus filhos e, principalmente, sobre Judá. Veja o que ele disse sobre seu filho Judá:
“Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.8-10).
Ela e todos os que tinham uma interpretação diferente desta estavam errados, pois de Judá viria o Redentor. Hitler tentou provar que Jesus não era judeu e errou. Até no Alcorão fala a respeito do Messias Jesus e de Sua ressurreição.
Quantas pessoas ainda hoje estão destorcendo o Texto sagrado por falta de conhecimento. A Bíblia é para ser lida e estudada.
Por exemplo, eu conheço pessoas que dizem que só os Salmos são inspirados por Deus. Já ouvi outros dizerem que só as Epístolas Paulinas que são inspiradas. E já vi professor de seminário dizer para os seus alunos se desintoxicarem da Bíblia, mas os aconselhava a lerem o filósofo Nietzsche e o teólogo liberal Rudolf Bultmann. Dorme com um barulho desses!
2º – Jesus lhe mostra que não existe um lugar geográfico para adorar o Pai (v 21). Entenda uma coisa, a adoração é todo dia e toda hora. Algumas pessoas pensam que é no templo (igreja), que se deve adorar a Deus. Esse é ainda um resquício católico na alma do povo brasileiro que pensa que só no templo que o Senhor deve ser adorado. Jesus falou que onde estiverem dois ou três reunidos em Seu Nome Ele estaria ali (Mt 18.20). Tanto que a Igreja Primitiva se reunia nas casas, pois devido às perseguições não havia como construir templos para se reunirem.
3º – Jesus lhe mostra que o Pai não busca adoração, mas adoradores (v 24). O Pai busca adoradores que o adore em espírito. Que o adore com o coração contrito e não uma adoração ritualista. Em verdade, ou seja, que proceda de um coração totalmente rendido no ato da adoração.
Assim como o Pai é Espírito, os seus adoradores também devem adorá-lo em espírito, ou seja, adorá-lo num nível que ultrapassa a lógica humana. Pois como disse Paulo em sua primeira carta aos Coríntios:
Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo (1Co 2.14-16).
Mas também nos disse que o nosso culto deve ser um culto racional (Rm 12.1). O culto racional não é um culto onde a histeria se faz presente. Onde a pessoa faz coisas que fogem da lógica de um culto a Deus, pois alguns cultos que temos visto por aí, em igrejas que se dizem evangélicas parecem mais com cultos afros. Pelo menos a liturgia e a coreografia são bem parecidas.
3º – JESUS SE REVELA A QUEM CRÊ NAS PRMESSAS DO PAI (Jo 4.25).
Enquanto os judeus esperavam o Messias da linhagem de Davi, os samaritanos esperavam o profeta que Moisés havia dito que viria depois dele ((Dt 18.15). Este profeta semelhante a Moisés teria condições de explicar todas as coisas dentro da área teológica e prática da vida. Esta mulher nos dá alguns exemplos práticos:
1º – Ela esperava o Redentor. Havia no coração dela a esperança da vinda do Messias, aquele que traria novas revelações e renovo espiritual. Ela era uma mulher que cria no que Moisés havia dito, na promessa registrada no Pentateuco. Isso serve de exemplo para todos nós, pois quantos hoje estão desacreditando das promessas que o Senhor nos deixou. Jesus falou que voltaria para buscar a Sua Igreja, mas quantos desacreditam dessa promessa. Aliás, recentemente eu ouvi um pastor dizer que quando Jesus disse isso na verdade Ele estava dizendo que o mundo iria se tornar melhor e que a Sua vinda não era como se ensinavam nas igrejas, ou seja, ele tanto estava negando o céu quanto a volta do Nosso Senhor. Aliás, duas mensagens têm sido negligenciadas em nossos dias: A que fala a respeito do pecado e a que fala da volta de Jesus.
2º – Ela conhecia o que Moisés havia profetizado. Estamos vivendo hoje em dia um grande analfabetismo bíblico. Pessoas que conhecem doutrinas erradas de ouvirem falar, mas não procuram saber se o que ouviram tem base bíblica ou não. Alguns anos atrás minha esposa foi em uma igreja – estávamos de férias em outro estado – e lá se encontrava um “apóstolo” que iria pregar naquela noite. Passaram-lhe a palavra e ele de início vem com essa pérola “bíblica”: “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Minha esposa saiu da igreja imediatamente dizendo que não sabia que Antoine de Saint-Exupéry era bíblico.
É isto que temos visto nos púlpitos de muitas igrejas por aí, gente citando de tudo um pouco, menos o que a Bíblia fala, e de forma correta. Digo isso porque uma má hermenêutica causa grandes transtornos também.
4º JESUS SE REVELA COMO O MESSIAS PROMETIDO (Jo 4.26).
A espera havia acabado. O Messias havia chegado e estava junta a ela naquele poço. Aquele que Moisés havia profetizado estava conversando com ela sem descriminá-la, sem ofendê-la, sem magoá-la. Muito pelo contrário, a estava tratando como gente, como filha amada, lhe enchendo o coração de esperança de que o novo havia chegado. Que seus medos seriam transformados em esperança.
Naquele momento ela descobre três coisas maravilhosas a respeito de Jesus.
1º – Que Jesus era maior que Jacó. Ela que buscava a água de um poço aberto por Jacó descobre que Jesus tinha Água da Vida que jorra para vida eterna e lhe ofereceu essa Água.
2º – Que Jesus era mais que um profeta. Mais que um profeta que conhecia o seu passado, esta mulher descobre que Jesus era o criador de todas as coisas.
3º – Que Jesus era o Messias prometido nas Escrituras. Esta mulher descobre que o que o Pai havia falado por intermédio de Moisés estava se revelando diante de seus olhos. Ela descobre naquele início de tarde que o Messias estava diante dela e falando com ela. Sem descriminá-la, sem repudiá-la, sem ofendê-la.
Hoje não é diferente. Quando o Senhor se revela a alguém os olhos se abrem para vê-lo não como um simples profeta, ou como operador de milagres, mas como o Deus encarnado que se importa com cada um de nós e nos acolhe mesmo sendo nós ainda pecadores. A quem o Senhor se revela, dos seus ombros o Senhor tira o fardo pesado do pecado e nos ajuda em nossa dura caminhada.
5º – A QUEM JESUS SE REVELA TORNA-SE ANUNCIADOR DAS BOAS NOVAS (Jo 4.28-30; 39-42).
O texto nos diz que a mulher deixou o seu cântaro e foi correndo anunciar o Cristo. Quem teve um encontro real com Jesus não consegue ficar quieto guardando a bênção só para si.
1º – Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus descobre que Ele é mais importante que tudo nesta vida. A alegria que Jesus causou no coração dela foi maior que o interesse pela água que ela havia ido buscar, tanto que deixou o seu cântaro e correu até a cidade. Se Jesus não for mais importante que tudo em sua vida, com certeza, você ainda não teve um encontro real com Ele. Veja o que o Senhor nos diz em relação a isso:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim” (Mt 10.37,38).
Se Jesus não tomar todo o teu coração, certamente, há algo errado com a sua vida espiritual. A história de SADU SUNDAR SINGH, O APÓSTOLO DOS PÉS SANGRENTOS é um grande exemplo de uma pessoa que teve um encontro com Jesus. Isso sem falar de Saulo de Tarso que se tornou o apóstolo Paulo.
2º – Quem tem um encontro verdadeiro com Jesus não deixa de anunciar Jesus. Quantas pessoas daquela cidade a viam como uma prostituta. Quantas vezes ela foi ridicularizadas pelos homens e pelas mulheres daquela cidade, mas diante do encontro maravilhoso com Jesus ela deixou todas as mágoas de lado e foi correndo falar para todos que havia encontrado o Cristo.
Se o preconceito e as mágoas forem maiores que a alegria que Jesus causa em nós, há algo errado com o nosso encontro com Jesus.
3º – Jesus tem que ser conhecido não só de ouvir falar, mas deve ser experimentado (42). Isso é tremendo. É algo que trás ao nosso coração lembranças do nosso encontro com o Senhor um dia também. Quando Ele deixou de ser uma boa notícia para ser a verdadeira Boa Nova em nossas vidas. Foi isso que ocorreu com os samaritanos. Eles não criam mais de ouvir falar, mas de estarem com Jesus e descobrirem que Ele era o Cristo prometido e o Salvador do mundo.
E pensar que tudo isso começou com uma mulher que queria saber “Onde está Deus?”
CONCLUSÃO
Aquele dia tão comum para aquela mulher samaritana, de repente ele deixou de ser comum, pois o Salvador Jesus marcou um encontro com ela naquele poço, embora ela não soubesse. Da mesma maneira Jesus está sempre nos surpreendendo. Algo novo sempre acontece nas horas que menos esperamos. Quem sabe você está aqui hoje pensando que será mais um dia como qualquer outro, mas quem sabe hoje será Aquele Dia, não dia que você espera, mas o dia que Jesus quer para você.
Para aquela mulher tudo mudou, pois ela encontrou o Senhor da vida. Ela teve a grata satisfação de conversar com o Salvador do mundo. Com o Seu Salvador. Hoje Ele marcou um encontro com você também.
Pense nisso!
Em Salmos 51.11, vemos Davi afirmar “Não retires de mim o teu Santo Espírito”. O que ele quis dizer com isso? Mauro Meister nos ajuda a entender melhor. Confira:
Mauro Meister será um dos preletores da 30ª Conferência Fiel, onde teremos o desafio de estudar nas Escrituras “A Obra do Espírito Santo”.
Por: Mauro Meister. © 2014 Ministério Fiel. Original: O que Davi quis dizer com: “não retires de mim o teu Espírito Santo” (Sl 51.11)?.
Mauro Meister é graduado pelo Seminário Presbiteriano do Sul. Fez mestrado em Teologia Exegética do Antigo Testamento no Covenant Theological Seminary, nos EUA, e doutorado (Ph.D) em Línguas Semíticas, com especialização em hebraico, na Universidade de Stellenbosch, na África do Sul. Autor do livro “Lei e Graça” (2003) e de artigos na revista Fides Reformata, da qual é coeditor. Mauro está envolvido no pastoreio e plantação da Igreja Presbiteriana da Barra Funda, em São Paulo.
O fato de Deus ser amor prova a inexistência do inferno? Enviar pessoas ao castigo eterno é um ato proveniente de alguém amoroso? No artigo “O Inferno no Banco dos Réus”, John Blanchard nos ajuda a entender melhor o assunto:
Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930), o médico e escritor escocês mais conhecido por sua criação do detetive fictício Sherlock Holmes, escreveu certa vez: “O inferno, posso dizer […], há muito tempo está fora do pensamentos de todo homem sensato”. Hoje em dia ele receberia muito apoio por essa declaração, e não apenas apoio daqueles fora da igreja cristã. A ideia de que incalculáveis bilhões de seres humanos (incluindo muitos daqueles que pareciam cidadãos decentes e que cumpriam a lei) passarão a eternidade expostos à implacável ira de Deus é simplesmente inaceitável para muitas pessoas. Mesmo alguns que possuem alto cargo eclesiástico já rejeitaram a ideia. John Robinson (1919-1983), o bispo liberal de Woolwich, em Londres, cujo livro Honest to God reduziu o Criador ao “Nível do Ser”, disse a respeito dessa ideia: “[Deus] não pode suportar isso […] e ele não irá”.
De longe, o mais persistente ataque ao inferno vem na forma de uma pergunta: como pode um Deus de amor enviar qualquer pessoa ao inferno? O filósofo e teólogo britânico John Hick (1922-2012) argumentou que o inferno era “totalmente incompatível com a ideia de Deus como amor infinito”. O argumento aqui é perfeitamente direto: enviar pessoas para o inferno não é algo que provém de amor, então um Deus de amor nunca poderia fazê-lo. Como respondemos a isso?
O amor de Deus está acima de dúvidas, e 1 João 4.8 (“Deus é amor”) confirma que amor é parte integral da própria essência de Deus. Ainda assim, isolar um de seus atributos como forma de demolir o inferno nos deixa com uma caricatura assimétrica de Deus. De fato, o atributo bíblico dominante de Deus não é seu amor, mas sua santidade; ele é chamado pelo seu “santo nome” mais do que todas as outras descrições reunidas. […]
Em certo sentido, Deus não envia ninguém para o inferno, mas são as próprias pessoas que se enviam para lá.
J. I. Packer diz:
“Ninguém permanece sob a ira de Deus exceto aqueles que escolheram fazê-lo. A essência da ação de Deus na ira é dar aos homens o que eles escolhem, com todas as suas implicações; nada mais, e igualmente, nada menos”.
C. S. Lewis acrescenta:
“De bom grado creio que os condenados são, em certo sentido, rebeldes bem sucedidos até o fim; creio que as portas do inferno são trancadas pelo lado de dentro”.
[…]
Outros rejeitam o retrato bíblico do inferno por dizer que, embora Deus odeie o pecado, ele ama o pecador, e assim nunca poderia condenar ninguém à punição eterna. Mas seria esse o caso?
Rastreei 33 lugares na Escritura onde a ira de Deus é expressada. Em doze lugares, é dito que ele odeia as ações dos pecadores (incluindo a prática da falsa religião), mas nos outros 21 é dito que ele odeia o pecador. Um exemplo cobre todos os outros: é dito que a alma de Deus odeia o que ama a violência (Sl 11.5, A21).
[…]
Embora Deus mostre seu amor derramando sua graça comum sobre todas as pessoas, […] não ousemos confundir isso com a graça salvífica. […]
Aqueles que veem o amor de Deus como algo que elimina o inferno estão ignorando a justiça de Deus e o fato fundamental de que ele “não inocenta o culpado” (Ex 34.7).
Alguns perguntam:
Como pode Deus punir o mero período de uma vida terrena de pecados com sofrimento que dura para sempre?
John Blanchard, após nos dar alguns exemplos, responde:
As questões decisivas são a natureza de Deus e a natureza do pecado, e todo pecado, sem exceção, é uma ofensa contra a majestade e autoridade do nosso Criador. […]
O fato de o homem não dar a Deus “a glória devida ao seu nome” (Sl 29.2) é um mal infinito que merece infinita punição, e visto que no inferno não existe oportunidade ou inclinação para se arrepender, a justiça de Deus exige que isso dure para sempre. […]
E quanto aos que afirmam que depois de algum tempo, o inferno será aniquilado?
Se a aniquilação é o objetivo do sofrimento, qual é o propósito do sofrimento? Esse tipo de cenário condenaria Deus como o supremo sádico. A sugestão também vai de direto encontro com o claro ensino da Bíblia de que aqueles que estão no inferno “não têm descanso algum, nem de dia nem de noite” (Ap 14.11).
Deus é eternamente soberano, e […] ele tem a última palavra quanto ao destino humano. [O inferno] vindica o caráter de Deus, mostrando que ele é completamente santo e justo.
Veja por inteiro o desenvolvimento do texto lendo o artigo completo no link abaixo:
Por: John Blanchard. © 2013 Ligonier Ministries. Original: Hell on Trial.
Este artigo faz parte da edição de Fevereiro de 2014 da revista Tabletalk.
Tradução:Alan Cristie. Revisão: Renata do Espírito Santo. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: O Inferno no Banco dos Réus.
Dr. John Blanchard iniciou um ministério cristão de tempo integral após 13 anos no Serviço Civil de Gguernsey. Hoje é um autor conhecido internacionalmente, trabalha como professor e conferencista. Aproximadamente quinze milhões de cópias de suas publicações estão sendo impressas em mais de quarenta idiomas. Foi preletor na 8ª Conferência Fiel para Pastores e Líderes, no Brasil, em 1992. Além deste, tem vários livros traduzidos para o português: Convite para Viver, Em busca da Paz, Onde Está Deus Quando as Coisas Vão Mal?, Perguntas Cruciais, Rock in… Igreja?!
Em seu artigo 18 Dicas para Ajudar Sua Igreja a Cantar Melhor, Jonathan Leeman dá 4 dicas para que o louvor de sua igreja não se transforme em um show:
5. Por favor, oh, por favor, acendam as luzes. Deixar as luzes da plataforma acesas e, ao mesmo tempo, reduzir as luzes entre o povo transforma o povo em uma “audiência” e todos os que estão sobre a plataforma, em artistas. Isso faz com que todo o evento se torne uma imitação de um teatro ou casa de shows. Manter todo o salão acesso, por outro lado, sugere que todos são chamados a participar na “apresentação” que é feita perante a “audiência” de um só – Deus.
6. Por favor, oh, por favor, diminuam o acompanhamento musical. Vocês não querem que suas guitarras, seu órgão, sua bateria ou os microfones do seu coral abafem o som da congregação cantando. Nós poderíamos até mesmo dizer que o som mais alto no salão deveria ser o da congregação. Os cantores regentes podem cantar alto o primeiro verso da canção, mas então recuar um pouco nos versos seguintes. O bom acompanhamento acompanha. Facilita. Encoraja. Não chama a atenção nem se sobrepõe. Se um pequeno grupo ou coral está liderando, eles deveriam ser um microcosmo auricular da congregação. Que o volume deles seja natural e sem muita amplificação. Se eles prepararam o hino no ensaio, eles irão “liderar” com o seu som.
7. Considerem os perigos dos ensaios performáticos, da música “com excelência”, e do instrumental excessivo. Há um lugar para ensaios musicais. Mas por que vocês estão ensaiando? Com que fim? Ensaios musicais, com frequência, envolvem a inserção de elementos criativos que funcionam em apresentações, mas não no canto congregacional. Músicos e cantores deveriam usar todo o seu tempo de ensaio para perguntar a si mesmos como facilitar ao máximo o canto congregacional, não como impressionar. A ênfase costumeira em “excelência” e “qualidade” pode, ironicamente, distrair os músicos de buscarem servir a congregação, porque “excelência” é irrefletidamente definida em termos de boa apresentação. Que grande diferença faria almejar facilitar com excelência, e não apresentar-se com excelência. Pela mesma razão, um instrumental elaborado pode, às vezes, esmagar o canto congregacional. Um instrumental simples e acústico tende a favorecer o canto.
Veja todos as 18 dicas lendo o artigo completo:
Por: Jonathan Leeman. © 2014 9Marks. Original: My Congregation Barely Sings; How Can I Help?.
Este artigo faz parte da edição de março/abril de 2014 do 9Marks Journal.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: 18 Dicas para Ajudar Sua Igreja a Cantar Melhor.
Jonathan Leeman é graduado em Jornalismo, possui mestrado em Divindade pelo Southern Baptist Seminary (EUA) e Ph.D. em Eclesiologia. É diretor de comunicação do Ministério 9Marks.
Um Jesus amoroso realmente ensinaria sobre o inferno? Sim, e assim também o faz todo autor do Novo Testamento. Consideremos o que eles ensinam.
O inferno em Mateus
No Sermão do Monte, frequentemente conhecido por sua ênfase no amor e no reino, Jesus ensina a realidade e a natureza do inferno (5.50-30; 7.13-27). Em Mateus 5.20-30, Jesus contrasta o inferno com o reino de Deus e adverte que o inferno é um perigo real para pecadores impenitentes. O fogo do inferno, a justiça do inferno e o extremo sofrimento no inferno são especialmente enfatizados. Os impenitentes são advertidos a usarem medidas extremas para evitarem ser lançados lá por Deus.
Conforme Jesus conclui o Sermão do Monte, ele contrasta o reino do céu com os horrores do inferno (7.13-27). Jesus avisa que o inferno é um lugar de destruição, descrito como o fim de um caminho largo. O inferno aguarda a cada um que não entra no reino dos céus — mesmo aqueles que professam conhecer Cristo mas continuam no pecado. Jesus é o Juiz e Rei que pessoalmente exclui os perversos de sua presença e do reino dos céus (“Apartai-vos de mim”, 7.23). De fato, aqueles que falham em seguir a Jesus são como uma casa construída sobre a areia que, no fim, acaba desmoronando.
Mateus reconta também o surpreendente aviso de Jesus de que os judeus desprovidos de fé sofrem o perigo de ir para o inferno, que é retratado como as trevas exteriores e um lugar de intenso sofrimento (8.10-12). Jesus fala do inferno quando envia seus discípulos dizendo que eles não deveriam temer o homem, mas apenas Deus, “que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (10.28). Nas parábolas de Jesus sobre o joio do campo (13.36-43) e sobre a rede (vv. 47-50), o inferno é visto como uma exclusão ou separação do reino de Deus, descrito em termos de fogo e um lugar de sofrimento. Mais tarde, jesus descreve o inferno como um lugar de “fogo eterno” (18.8) e até mesmo adverte os escribas e fariseus a respeito do inferno, caracterizando-o como inescapável para o impenitente (23.33).
No Sermão Profético, Jesus fala do castigo futuro nas parábolas dos servos bom e mau (24.45-51), das virgens (25.1-13), dos talentos (25.14-30) e no trecho das ovelhas e dos cabritos (25.31-46). Várias verdades a respeito do inferno emergem. O inferno é castigo pela desobediência ao mestre. O inferno é expresso visualmente como um lugar onde as pessoas são cortadas em pedaços e colocadas junto aos hipócritas (24.51) e também como um lugar de sofrimento (24.51; 25.30). Jesus também aponta para a semelhança do inferno com um lugar exterior, ou um lugar de exclusão ou separação (25.10-12, 30), como as trevas exteriores (v. 30), como ele mesmo banindo pessoas de sua presença e do reino (“Apartai-vos de mim”, v. 41), e como simplesmente condenação ou castigo (vv. 41, 46). O inferno é, então, descrito como eterno. É um lugar de “fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (v. 41) e de “castigo eterno” (v. 46).
[…]
Veja onde e em quais outros livros do novo testamento nos ensinam sobre o inferno lendo o artigo completo:
Por: Christopher Morgan. © 2014 Ligonier Ministries. Original: The Biblical Evidence for Hell.
Este artigo faz parte da edição de fevereiro de 2014 da revista Tabletalk.
Tradução: Alan Cristie. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: A Evidência Bíblica do Inferno.
Dr. Christopher W. Morgan é deão e professor de teologia no School of Christian Ministries na California Baptist University em Riverside, Calif.
Cristãos são um povo que canta.
Mulçumanos não se reúnem para cantar. Nem hindus, budistas, ou rastafáris. Mas cristãos sim. Do mesmo modo, embora nem todos preguem, nem conduzam a oração, nem leiam publicamente a Escritura, todos nós cantamos. [1]
Mas o que podemos dizer acerca da natureza de um cântico cristão corporativo? Como ele deve ser? Nós podemos cantar qualquer tipo de cântico quando nos reunimos?
Como um cântico congregacional deve ser
Se a nossa adoração corporativa está sujeita ao princípio regulador ou, simplesmente, ao princípio da consciência, a prática do canto deve ser seriamente considerada à luz da Escritura. E o Salmo 96 oferece algumas perspectivas cruciais acerca da natureza de um cântico correto e de seus efeitos. Originalmente escrito para o povo da aliança de Deus para a entrada da arca da aliança em Jerusalém (vide 1Crônicas 16), este salmo tem muito a nos oferecer no que se refere à prática do canto hoje.
Um cântico congregacional deve focar em Deus
Deus está no centro de um cântico cristão. Quando Deus chama o seu povo a cantar, é um tipo específico de canção. No Salmo 96.1, Deus diz: “Cantai ao SENHOR”.
Quando a igreja está reunida no nome de Deus, a glória de Deus é o alvo da nossa melodia. Nós devemos cantar para ele, sobre ele e por causa dele. Nós não cantamos meramente como o mundo canta acerca das coisas criadas; a nossa canção é elevada Àquele que é Incriado. Os cânticos da igreja proclamam o caráter, os atributos e os caminhos do Deus da nossa salvação.
Para aqueles que escolhem os cânticos para a adoração corporativa, esta é uma tarefa a ser executada com sobrieddade. Mark Dever e Paul Alexander dão este conselho aos pastores: “Como o principal pastor docente, é sua responsabilidade conduzir a congregação aos pastos verdejantes de cânticos centrados em Deus e no evangelho, e para longe das planícies áridas do vácuo teológico, das meditações na experiência humana e do frenesi emocional”. [2] Se os nossos cânticos nunca estão compostos acima do vazio, da experiência humana e das emoções, nós falhamos em nossa meta. Deus deve ser o centro da nossa adoração; portanto, Deus deve ser o centro dos nossos cânticos.
Um cântico congregacional deve ser bíblico
Os cânticos da igreja devem ser construídos sobre a palavra de Deus, moldados por ela e saturados por ela. Cantar é um modo singular de fazer a palavra de Cristo habitar ricamente em nós (Colossenses 3.16).
No Salmo 96.2, nós vemos que devemos bendizer o seu nome. Sem a revelação de Deus, nós não conheceríamos o seu nome, tampouco como bendizer o seu nome. O nosso canto e tudo o mais em nossa adoração deve ser biblicamente informado para que estes mandamentos sejam cumpridos. Os cânticos da igreja devem ser intencionalmente bíblicos.
Nós podemos pensar no canto como uma forma de exposição que usa a poesia para ensinar a palavra de Deus. Quando Isaac Watts publicou seu Psalms, Hymns, and Spiritual Songs [Salmos, Hinos e Cânticos Espirituais], essa era a sua intenção. Sua meta não era cantar a Escritura linha por linha, mas criar versões poéticas e emotivas da Escritura que permitissem à igreja cantar as verdades da Escritura.
Cânticos são sermões. Eles não funcionam como exegeses homiléticas, mas eles articulam, explicam e anunciam verdades bíblicas. Nossos hinos ensinam e moldam a forma como as pessoas veem Deus, o homem, Cristo, e como nós devemos viver à luz do evangelho.
Um modo de assegurar que nosso canto é bíblico é esquadrinhar nossos cânticos a fim de ver se eles cobrem a amplitude de temas apresentados ao longo do cânon. Nossos cânticos devem se manter fieis à luz da palavra de Deus para assegurar que nós estamos cantando as glórias da sua verdade.
Um cântico congregacional deve apontar para o evangelho
Os contornos do evangelho devem moldar a nossa hinódia. Nós devemos “proclamar a sua salvação” (v. 2), de modo que o evangelho ressoa como o tema dos nossos cânticos. Se nós estamos convencidos da primazia do ministério centrado no evangelho, devemos certamente praticar o canto centrado no evangelho. Os cânticos de nossas igrejas devem ser fluentes no evangelho.
Uma abordagem para o canto centrado no evangelho pode ser construído a partir da estrutura Deus, homem, Cristo, resposta.
– Nós cantamos a Deus como o santo criador de todas as coisas, o qual é digno de adoração.
– Nós cantamos acerca do homem e da nossa natureza pecaminosa, da nosa separação de Deus, e da nossa necessidade de perdão.
– Nós cantamos acerca de Cristo, que é plenamente Deus e plenamente homem, que viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz para levar a ira de Deus.
– Nós cantamos uma resposta. Nessas canções de consagração e arrependimento, fé e louvor, nós alegremente respondemos às boas novas de Jesus.
Um cântico congregacional deve ser congregacional
O prefácio deste Salmo diz que ele deveria ser cantado tanto por Asafe como por seus filhos (1Crônicas 16.7). O cântico cristão é essencialmente congregacional.
O cântico da redenção não é designado para um, mas paraa muito. Na torrente do individualismo e da autoajuda, o povo de Deus não canta como um agrupamento de indivíduos, mas como um só povo unido a Cristo. O cântico cristão não é feito para pôr em destaque uns poucos talentosos, mas para incluir as vozes dos muitos. A participação congregacional protege a assembleia da ostentação e pompa, e provê o ambiente para uma resposta exultante e cheia de graça à revelação de Deus.
Este coro dos redimidos eleva uma voz coletiva de louvor como testemunho de que nós fomos reconciliados com Deus e uns com os outros. Cantar juntamente em adoração é uma marca da unidade da igreja. O cântico dos redimiddos deve ser cantado por jovens e velhos, ricos e pobres, fortes e fracos. O versículo 7 nos lembra de as famílias dos povos tributam louvor a Deus: povos de toda tribo, língua e nação sobre a terra.
Um cântico congregacional deve ser evangelístico
Embora a adoração seja teocêntrica, ela também é declarativa. Nosso canto é direcionado para Deus, mas ele também ressoa nos ouvidos do nosso próximo. Adoração centrada em Deus é proclamação. À medida que nós cantamos sobre a glória de Deus, entendemos que nem todos viram a sua glória. À meddida que cantamos sobre a bondade do evangelho, percebemos que ele não é boas novas para todos.
Spurgeon chamou este Salmo de o “Salmo Missionário”, e por uma boa razão. Nos versículos 10 a 13, nós vemos que o canto centrado em Deus intrinsecamente opera como uma declaração aos perdiddos. A centralidade de Deus e o evangelismo não são dois alvos concorrentes, mas um alvo dentro do outro. A adoração a Deus é a meta do evangelismo.
No mesmo fôlego, nós cantamos o amor e a ira de Deus. Nas mesmas melodias, nós declaramos a sua santidade e o grave efeito do pecado. Cristo é o rei que virá julgar o mundo com justiça e os povos, consoante a sua fidelidade. Nós dizemoss entre as nações: “Reina o SENHOR” na esperança de que homens e mulheres se arrependerão do pecaddo e confiarão em Cristo.
Uma prática santa
A igreja recebeu um cântico para cantar, e Cristo é o seu autor, a sua substância e o seu alvo.
Os cânticos de uma igreja não são um mero preâmbulo do sermão. O canto não existe para preencher o tempo e aquecer a congregação. O canto é uma prática santa. Nós cantamos porque Deus nos ordenou, e os nossos cânticos devem encher de deleite os nossos corações.
Notas:
[1] Agradeço a Collin Hansen por articular essa ideia em uma conversa.
[2] Mark Dever e Paul Alexander. The Deliberate Church: Building Your Ministry on the Gospel. Wheaton: Crossway, 2005, p. 85 (publicado em português com o título Deliberadamente igreja: edificando o seu ministério sobre o evangelho [São José dos Campos: Editora Fiel, 2008]).
Por: Matt Boswell. © 2014 9Marks. Original: Five Qualities of a Congregational Song.
Este artigo faz parte da edição de maio/junho de 2014 do 9Marks Journal.
Tradução: Vinícius Silva Pimentel. © 2014 Ministério Fiel. Todos os direitos reservados. Website: MinisterioFiel.com.br. Original: É assim que sua igreja deve cantar.
Matt Boswell é pastor de ministérios e adoração na Providence Church [Igreja da Providência] em Frisco, Texas, EUA.
Por Ericon Fábio
Nestes dias que antecedem o pleito para escolha popular dos magistrados em nosso País, são nitidamente observáveis as estratégias de campanha dos candidatos, que se utilizam de diversos meios para conquistar a confiança do povo e lograr êxito nas eleições que se aproximam. Geralmente os candidatos agem de maneira leviana e sem qualquer tipo de pudor e ética. A história Bíblica nos mostra que tais práticas não são recentes. Bem antes mesmo que os cientistas políticos identificassem estas artimanhas eleitoreiras, a Palavra de Deus já revelava os intentos perversos dos homens em busca do “trono”, como ocorreu com Absalão, um dos filhos do rei Davi.
As Escrituras relatam a conspirata por parte de Absalão para com seu pai, afim de usurpar a coroa real e se tornar o líder daquela nação (2 Samuel 15.1-12). Observemos seus artifícios:
Atrair a simpatia do povo: Ciente de que Davi gozava de grande empatia e prestígio por parte dos israelitas, Absalão procurou se aproximar da população. Sua primeira medida foi ir para o corpo a corpo com o povo para furtar o coração do povo. Sua presença diária à porta da Cidade para receber cada um daqueles que buscavam ao rei Davi. Com aparente cordialidade, sutilmente ele foi atraindo a simpatia de seus conterrâneos, e entre abraços e beijos, foi conquistando a lealdade dos homens de Israel. Fato semelhante a este acontece em épocas de campanha eleitoral. É comum nos esbarrarmos em candidatos que estão a cada esquina, cumprimentando e acenando atenciosamente gratuitamente, impulsionados pela busca exacerbada por votos.
Instigar o povo contra o rei: Não demorou muito para que Absalão começasse a provocar na população de Israel um sentimento de indignação em relação ao Rei Davi. O filho usurpador acusava o monarca de dá pouca atenção as demandas trazidas pelos moradores da região. “Então, Absalão lhe dizia: Olha, a tua causa é boa e reta, porém não tens quem te ouça da parte do rei.”. Sua presença diária com o povo, somada as críticas ao atual governo, ao mesmo passo que causava ira, provocava instintivamente o desejo de mudança dentre o povo. Levar o povo a uma reflexão é totalmente legítimo, mas se valer de acusações levianas e infundadas é uma manobra repugnante. O rei Davi, não foi conhecido por ingerência, mas foi um brilhante governante para Israel.
Fazer promessas de melhoria: Mas Absalão não apenas apresentava as falhas do governo de seu pai, mas apresentava-se como o solucionador de tais problemas. As promessas também faziam parte da estratégia para obter o trono real. “Quem me dera ser designado juiz desta terra! Todos os que tivessem uma causa ou uma questão legal viriam a mim, e eu lhe faria justiça”, este era o discurso de Absalão, como aquele que seria capaz de resolver as falhas do reinado de Davi. O governo vigente era injusto, mas ele era justo, a administração atual era ausente, mas ele estaria sempre presente assistindo o povo em suas necessidades. Um discurso de esperança. E a cada quatro anos aparecem messias por todos os lados, se apresentando como real solução para os problemas sociais e econômicos da nação, como Absalão.
Conquistar seguidores: Não demorou muito para que o filho do rei conquistasse um número cada vez crescente de seguidores. A escolta composta de cinquenta homens (v.15) em quatro anos quadruplicou. A conspiração ganhou força, e cresceu o número dos que seguiam Absalão.Ao retornar de Hebrom (2 Sm 15.10), onde se proclamou rei, para dá suacartada final, já eram duzentos homens. Seus aliados sequer suspeitavam que estavam sendo usados por Absalão para tomar o poder de Davi. Os israelitas foram ingenuamente enganados e participavam ativamente do plano de Absalão. Uma massa alienada a serviço de um político inescrupuloso, este era o cenário de Israel. Uma adesão em massa pode ser letal para qualquer sociedade, quando seus militantes lutam em prol de objetivos particulares de seus comandados em detrimento de melhorias para toda sociedade.
Apesar de toda investida, ao final de sua empreitada, Absalão não logrou êxito. Foi morto no campo de batalha, no “bosque de Efraim”, antes de alcançar o posto tão almejado. Deus preservou o reinado de Davi, para cumprir a aliança que havia estabelecido com seu servo (2 Sm 7.16). Apontando assim para o messias prometido que viria de sua descendência (Ap 5.5), cujo trono, é para todo sempre.
As similaridades das atitudes de Absalão com a dos políticos atuais em busca do poder, principalmente neste período eleitoral, são bastante claras. É certo que a monarquia é totalmente distinta do regime democrático, mas traçando uma paralelo comportamental, só muda o sistema de governa, pois os homens continuam se valendo das mesmas práticas pecaminosas. Independente de formas de governo a luta pelo poder, incorre sempre pelos mesmos córregos mal cheirosos da politicagem. Por trás da disputa legítima pelo magistrado, existem interesses mesquinhos de homens que querem o poder pelo poder. Para estes, os meios justificam os fins. Eles estão dispostos a caluniar, perseguir, usar e furtar o coração do povo. É preciso ter cuidado com os muitos “Absalões” que estão à procura de nosso voto.
Que o Senhor nos dê discernimento em nossas escolhas, para que possamos votar de maneira sábia.
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Ericon Fábio é missionário presbiteriano e colunista do UMPdaQuarta
Por Ericon Fábio
Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele.(João 6:66)
Geralmente os pregadores costumam julgar o resultado de sua pregação pelo contentamento nos rostos dos irmãos e elogio dos visitantes após sua ministração. A aprovação dos ouvintes é sinal que tudo foi bem. Certo? Errado. A Bíblia nos mostra o contrário.
O Maior dos pregadores, Jesus, experimentou o dessabor de ser abandonado por muitos de seus seguidores após ter proferido duras palavras em Cafarnaum, a tal ponto de escandalizar seus discípulos mais próximos que diziam: “Duro é este discurso; quem o pode ouvir?” (Jo 6:60). A adesão e aprovação inicial do povo ao ministério do Senhor Jesus transformou-se em rejeição e abandono após um único sermão. Muitos o abandonaram e o curioso é que apesar da reação negativa do público, Jesus não mudou o tema dos sermões subsequentes para atrair de volta aos ofendidos.
A ofensa da Palavra de Deus foi o motivo por que muitos dos profetas bíblicos foram perseguidos e mortos (At 7:52). Homens que não se importaram em falar daquilo que o povo queria ouvir, mas, fielmente proclamaram uma mensagem dura e confrontante. O diácono Estevão, por exemplo, enfrentou a fúria de judeus que se opuseram veementemente à sua pregação. Eles taparam os ouvidos por não suportarem a verdade do Evangelho e como resultado Estevão foi martirizado (At 7:54-58). Os arautos de Deus não receberam aplausos, mas, em maior das vezes, resignação, oposição e perseguição. Mesmo assim podemos afirmar que o ministério deles foi frutuoso, pois gerou insatisfação no coração dos ouvintes.
Fazer do agrado popular termômetro para medir resultado dos sermões não é um critério confiável, muitas vezes o satisfação geral revela apenas que a consciência do ouvinte em nada foi incomodada; John Preston, ministro puritano do século dezessete, ressaltou que “não há um sermão que, sendo ouvido, não nos ponha mais perto do céu ou do inferno”. Portanto, seja qual for o resultado da pregação ela irá gerar grande insatisfação nos receptores, seja com o Deus Justo e Bom, seja com sua própria natureza carnal. Ante a pregação o pecador será movido por grande desagrado, que salvará ou condenará sua alma eternamente.
É preciso entender que só através da santa ofensa da pregação os ofensores (Cl 1:21) poderão ter consciência do quanto tem ofendido o Deus Justo, Santo e Bom, e assim, terão oportunidade de se desviarem do caminho da perdição. Se as pessoas sentem-se ofendidas por sua pregação este é sinal que tudo está indo bem. Continue fiel às Escrituras.
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Ericon Fábio é missionário da Igreja Presbiteriana do Brasil na Cidade de Fagundes – Paraíba, e é colunista do UMPdaQuarta
Fonte: Púlpito Cristão
O estudo que ofereço neste livro, tem como alvo contribuir para o surgimento de uma liderança sadia e bíblica na igreja evangélica brasileira, que seja de acordo com os moldes da Palavra de Deus, composta de homens desejosos de honrar a Deus e pregar o verdadeiro Evangelho de Cristo para a salvação de pecadores e edificação do seu povo, sem mutilar os ofícios bíblicos de liderança e, como se vê em alguns casos, torná-los meio de promoção pessoal e lucro”.
RECOMENDAÇÕES
Veja quem recomenda este livro:
Em certo nível, este livro sobre apóstolos de Augustus Nicodemus cobre um assunto que já tem sido trabalhado no passado e apresenta um ensino que, infelizmente, tem sido esquecido. Temos aqui uma pesquisa competente que nos lembra o que é, o que diz e o que faz o apóstolo do Novo Testamento; por que eram doze? Onde o apostolado de Paulo se encaixa nessa equação? Em um outro nível, este livro de modo inteligente oferece uma reveladora perspectiva de movimentos contemporâneos que promovem os “apóstolos modernos” não só no Brasil, mas também em movimentos análogos em outras partes do mundo. Espero que este livro seja amplamente lido!
D. A. Carson – Professor Pesquisador de Novo Testamento do Trinity Evangelical Divinity School; cofundador do Ministério The Gospel Coalition, Deerfield, Ilinóis, EUA.
Depois de oferecer à igreja evangélica brasileira obras que se tornaram referências, como O que você precisa saber sobre batalha espiritual e A Bíblia e seus intérpretes, Augustus Nicodemus Lopes nos oferece mais um importante livro, no qual, firmado nas Escrituras Sagradas – a única revelação salvadora de Deus -, investiga com profundidade o significado do apostolado no Novo Testamento e na história da igreja, assim como no moderno movimento de restauração do apostolado no Brasil e no exterior. Uma obra essencial para entender e refutar biblicamente as supostas reivindicações da nova reforma apostólica”.
Franklin Ferreira – Diretor e professor de Teologia Sistemática e História da Igreja no Seminário Martin Bucer, São José dos Campos, SP.
O Reverendo Augustus Nicodemus soube tratar do tema deste livro com equilíbrio, firmeza e fundamentação bíblica, além da extensa bibliografia consultada. É uma obra necessária para o momento atual por trazer luz à verdade sobre o colégio apostólico e o apostolado, que alguns insistem em “ressuscitar” nos dias de hoje, criando uma espécie moderna de sucessão apostólica, parecida com o papismo, a qual não encontra qualquer respaldo na Escritura. O autor, pelas suas qualidades no campo do saber teológico, foi a pessoa certa para tratar do assunto, e nós, leitores, somos brindados com uma obra relevante. É leitura recomendável e mais que urgente!
Geremias Couto – Assembleia de Deus: Pastor, jornalista e escritor, Teresópolis, RJ.
Não é difícil encontrar aqueles que têm zelo por controvérsia, mas sem entendimento e aqueles com conhecimento mas sem o zelo para defendê-lo. Mais difícil de achar são aqueles como Dr. Nicodemus. Ele tem um conhecimento profundo das Escrituras, da teologia e do movimento da “Nova Reforma Apostólica”. Ao mesmo tempo, ele não é apenas um teólogo de gabinete, mas um cuidadoso pastor que está debaixo da autoridade de Cristo. Como um reformador da igreja brasileira, o irmão Augustus tem sido um grande exemplo para mim ao longo dos anos. Alguns leitores podem até discordar de suas conclusões, mas ninguém que leva a sério as Escrituras poderá descartar seus alertas ou os argumentos que ele edifica a partir da Bíblia, para refutar esse sério erro do movimento apostólico moderna. Mal posso esperar para que este livro seja publicado também em inglês!
Michael Horton – Professor de Teologia Sistemática e Apologética da cadeira “J. Gresham Machen”, do Westminster Seminary, California, EUA.
Nunca faltou na Igreja de Jesus Cristo aqueles que propunham introduzir, no seio da Assembleia dos fiéis, novidades, erros e heresias. Algumas das novidades, é claro, apresentaram mais perigo enquanto outras não passaram de distrações, sem, contudo, deixarem de ser problemáticas. Felizmente, nunca faltaram líderes e mestres das Escrituras para chamar a Igreja de volta às bases bíblicas da nossa fé. Suas obras se tornaram “clássicos” da literatura cristã. Quanto maior a ameaça, mais monumental a polêmica em torno dela e, consequentemente, o seu marco na história da Igreja.
O Reverendo Augustus é um mestre das Escrituras por excelência. Neste livro, ele assume a pasta de um polemista para ajudar a nortear a Igreja dos nossos tempos em relação a este movimento que, no mínimo equivocado, tem o potencial de ser danoso à vida da Igreja. É uma obra que chega em boa hora.
Walter McAlister – Bispo Primaz da Aliança das Igrejas Cristãs Nova Vida, Rio de Janeiro, RJ.
O livro “Apóstolos – a verdade bíblica sobre o apostolado” é o melhor livro sobre o tema já publicado no Brasil. Com o brilhantismo de sempre o Reverendo Augustus Nicodemus brinda a igreja brasileira com um texto rico, profícuo e extremamente edificante. Esta obra veio no momento certo, e acredito que ajudará pastores, líderes e a Igreja desta nação a entender, à luz das Escrituras, o significado e o papel dos apóstolos. Recomendo a leitura!
Renato Vargens – Escritor e pastor da Igreja Cristã da Aliança, Niterói, RJ.
Assista abaixo um vídeo com o AUTOR sobre o livro:
É muito conhecida a expressão “voltar ao primeiro amor”. Ela está em Apocalipse 2.4, quando Deus puxa a orelha dos cristãos da cidade de Éfeso por terem “abandonado o primeiro amor”. É interessante que, por causa dessa passagem, é popularmente difundida a ideia de que o “primeiro amor” é o estado ideal e a meta de todo cristão. Que sentir e fazer por toda a vida o que se sentia e se fazia no início da caminhada cristã é o que Jesus espera de todos nós. Particularmente, eu discordo disso. Por estranho que possa parecer, não penso que o primeiro amor seja o estado ideal para todos os cristãos. Para muitos sim, mas não para todos. Acredito mais que, em nossa espiritualidade, devemos procurar viver o “segundo amor”. Esquisito? Permita-me explicar.
Em geral, quando nos referimos a esse “primeiro amor”, o associamos a uma certa empolgação; a um sentimento de busca profunda de Deus; a uma vontade constante de evangelizar, de pensar e agir o tempo todo por Jesus. Sabe aquele sentimento de empolgação que você sente no início de um namoro? Seria mais ou menos a isso que associamos esse estado espiritual mencionado em Apocalipse. Só que, quando analisamos com calma o texto, vemos que não é bem isso o que ele diz.
Veja: “Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são, e descobriu que eles eram impostores. Você tem perseverado e suportado sofrimentos por causa do meu nome, e não tem desfalecido. Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (Ap 2.2-5). Repare que Deus dá ordem para se lembrar “de onde caiu”. No contexto bíblico do processo de queda e restauração do homem, “cair” é um verbo usado como sinônimo de “viver de modo pecaminoso” (cf. 1Co 10.12-13). Se dizemos “fulano caiu”, automaticamente compreendemos que ele está vivendo em pecado e sem arrependimento. Isso é reforçado pelo que é dito a seguir aos cristãos de Éfeso: que, se os membros daquela igreja não se arrependessem, sofreriam consequências. E qual tipo de cristão precisa de arrependimento? Quem pecou.
Se a ideia popularmente difundida for correta, viver uma espiritualidade menos impulsiva, menos empolgada, menos assemelhada a uma paixão de início de namoro seria um pecado que necessita de arrependimento. Só que não é. Ninguém tem seu “candelabro” removido porque tornou-se menos empolgado. Isso ocorre se foram cometidos pecados. Portanto, conclui-se que o problema dos efésios é que estavam em um estado de transgressão e necessitavam de arrependimento, para retornar a realizar “as primeiras obras”, ou seja, as práticas de santidade que faziam parte de sua rotina antes dessa queda. Era uma igreja dedicada, sofredora e apologética – como o texto bíblico descreve com clareza -, mas que estava envolvida em algum pecado.
Entendo, então, que o problema da igreja de Éfeso não era estar vivendo uma vida espiritual menos eufórica – visto que essa interpretação é incompatível com o que o Senhor fala nos versículos anteriores -, mas estava incorrendo em pecados de que necessitava se arrepender. Não consigo ver o “primeiro amor”, portanto, como um estado de euforia pós-conversão, como muitos apregoam, mas sim o estado de santidade que devemos viver ao longo de toda nossa vida.
Tendo dito tudo isso, permita-me explicar, então, por que acredito que o “segundo amor” é mais desejável que o primeiro. E aqui o conceito que uso é o popular. Muitos creem, pela interpretação que entendo ser equivocada, de Ap 2.4, que aquela euforia do período imediatamente pós-conversão é o estado ideal de vida espiritual do crente. Não vejo assim. O início da caminhada cristã é uma fase de imaturidade e impetuosidade, ignorância bíblica e limitação teológica. Nessa fase, o cristão responde à graça de Deus, recebe o chamado do Espírito Santo, mas ainda engatinha na fé, bebe leite espiritual, o que é um estado imperfeito, como Hebreus 5.12-14; 1 Coríntios 3.1,2 e 1 Timóteo 3.6 deixam claro. Não é o padrão que Deus deseja para nós. Ele quer cristãos maduros, fortalecidos na Palavra, experientes. Somos convidados a buscar a maturidade espiritual e não a viver eternamente naquele estado inicial de impulsividade, grande emotividade e enormes limitações. Deus quer que fiquemos firmes na rocha, com solidez – não com empolgação.
Façamos uma analogia, por exemplo, com um casamento. Pessoas recém-casadas vivem numa enorme euforia, numa empolgação só, como se a vida a dois fosse uma eterna lua de mel: fazem caminhos de pétalas da porta à cama, preparam as comidas preferidas do cônjuge, deixam bilhetinhos em lugares estratégicos… vivem alegres o conto de fadas. Mas, passados os primeiros anos de casamento, se não foi desenvolvida uma maturidade naquele relacionamento ele vai se desgastar. Virão as necessidades práticas do dia a dia, as contas, a perda do pudor de soltar gases na frente do outro, a mulher descobrirá que o marido ronca, o marido descobrirá que a mulher tem mau hálito de manhã… a magia começa a ser substituída pelo mundo real. E, então, quem dependia do conto de fadas para ser feliz no matrimônio vai se decepcionar, esfriar, viver infeliz, se divorciar. Pois, se aquele “primeiro amor” é o estágio que traz felicidade, lamento informar aos sonhadores: ele não vai durar para sempre.
Portanto, é o “segundo amor”, o que se solidifica passada a fase dos cuticutis iniciais de um casamento, que vai sustentá-lo. A maturidade. O amor sólido e perene. A capacidade de continuar dando a vida pelo outro pelo resto de seus dias. As gracinhas dos primeiros anos de matrimônio passam. O que permanece é o amor verdadeiro e maduro. Na vida espiritual é igual. O cristão que acha que deve buscar aquele cuticuti inicial com Deus como o modelo de vida espiritual vai viver uma espiritualidade limitada. Vai querer sempre buscar emoções. Ficará insatisfeito quando não sentir nada no culto. Vai se tornar viciado na empolgação que viveu nos primeiros tempos de convertido. Mas Deus procura verdadeiros adoradores e não adoradores empolgados.
Assim, biblicamente, “voltar ao primeiro amor” é o que precisa fazer o cristão que passou a viver na prática do pecado. Ele tem de abandonar suas transgressões, lembrar-se de onde caiu, arrepender-se e voltar a realizar as obras que praticava no início – as boas obras, fruto da fé salvífica. Já o cristão que vive em intimidade com o Senhor e que, apesar de seus pecados, não se conforma com eles e se esforça em viver em santidade, esse deve viver o “segundo amor”. Maduro. Sólido. Consistente. Consequente. Duradouro.
“Esta é a minha oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais em conhecimento e em toda a percepção” (Fp 1.9).
Ao contrário do que diz a música, eu não quero voltar a esse “primeiro amor” que a cultura popular estabeleceu. Quero viver no “segundo amor”. Nas vezes em que eu descarrilei no meio do caminho, não só quis, mas precisei voltar ao primeiro amor. Mas, enquanto estiver nos trilhos, não. Pois desejo que minha vida com Deus seja uma linha ascendente, cada vez com mais intimidade, conhecimento, crescimento e maturidade. Uma evolução. E nunca um retrocesso.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício
Fonte: https://apenas1.wordpress.com
Por Judiclay Santos
A televisão está presente na casa da maioria das famílias brasileiras. Embora tenha relativo valor e utilidade, o pastor John Stott alertou a comunidade cristã sobre alguns perigos da televisão. Vejamos.
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Do blog pessoal de Pr Judiclay Santos
Pra que orar? Se há predestinação, se é Ele quem escolhe, pra que orar? Aprenda mais com John Piper:
Esse vídeo foi retirado do DVD “Alegrem-se os Povos”, da Editora Fiel.
Por: John Piper; Original: Na?o Desista de Orar – John Piper – DVD: Alegrem-se os Povos; Copyright © Ministério Fiel; Website: MinisterioFiel.com.br
Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que informe o autor, seu ministério e o tradutor, não altere o conteúdo original e não o utilize para fins comerciais.
Vídeo: http://youtu.be/1Uy9cpGZuNM
Fonte: Voltemos ao Evangelho