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“Dê-me um Manual de Instruções para Pais!”

É um desejo natural. Todos nós queremos um manual de instruções para pais. Manoá e sua esposa – os pais de Sansão – não foram exceção. Tendo permanecido sem filhos por décadas, imagine a emoção que a esposa de Manoá experimentou quando o anjo do Senhor aparece com esta promessa:

“Apareceu o Anjo do SENHOR a esta mulher e lhe disse: Eis que és estéril e nunca tiveste filho; porém conceberás e darás à luz um filho. Agora, pois, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda; porque eis que tu conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus” (Jz 13.3-5).

Sua mente está acelerada enquanto ela corre para Manoá. Suas palavras saem de sua alma transbordante enquanto ela conta ao marido sobre o encontro.

“Então, a mulher foi a seu marido e lhe disse: Um homem de Deus veio a mim; sua aparência era semelhante à de um anjo de Deus, tremenda; não lhe perguntei donde era, nem ele me disse o seu nome. Porém me disse: Eis que tu conceberás e darás à luz um filho; agora, pois, não bebas vinho, nem bebida forte, nem comas coisa imunda; porque o menino será nazireu consagrado a Deus, desde o ventre materno até ao dia de sua morte” (Jz 13.6-7).

A Oração Natural de Todo Pai

Manoá não pode mais se conter. Ele está pensando: “O quê? Esperamos todos esses anos para ter um filho. Um embaixador de Deus vem e ele não nos deixa um manual para pais! Esse homem deve voltar! Essa é a mensagem da oração de Manoá no versículo 8:

“Então, Manoá orou ao SENHOR e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te que o homem de Deus que enviaste venha outra vez e nos ensine o que devemos fazer ao menino que há de nascer”.

Não é essa a oração natural de todo pai cristão? “Por favor, pai, ensina-me, guia-me, dirija-me, instrua-me em como criar meu filho”

No caso de Manoá, somos informados de que Deus ouviu sua oração. O mensageiro de Deus voltou. Ele entregou a Manoá a mais recente adição de “50 Passos para Criar Seus Filhos para o Senhor” e depois foi embora. E Manoá, sua esposa e seu filho Sansão viveram felizes para sempre…

Mas, talvez tenha acontecido assim: o anjo do Senhor voltou à esposa de Manoá. Mais uma vez, ela corre para o marido. “Ele está aqui, Manoá! O homem que me apareceu outro dia voltou. Deus respondeu à sua oração. Manoá segue sua esposa, corre para o homem e pergunta: “Você é o homem que falou com minha esposa”? “Eu sou”, responde ele.

Então Manoá pergunta: “Quando se cumprirem as tuas palavras, qual será o modo de viver do menino e o seu serviço?” (Jz 13.12). Aí está novamente: uma segunda solicitação de um manual de instruções. “Como devemos conduzir nossa paternidade? Que lista de regras vai nos orientar, guiar e nos direcionar passo a passo”?

O chamado sobrenatural de todo pai

O anjo do Senhor responde: “Guarde-se a mulher de tudo quanto eu lhe disse. De tudo quanto procede da videira não comerá, nem vinho nem bebida forte beberá, nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará” (Jz 13.13-14).

O queixo de Manoá cai. “Hã? Como assim? Você não poderia nos deixar um pergaminho ou um manual de papiros? Que tal uma lista? Alguns passos? Alguma coisa assim”?

Em vez de dar uma lista aos pais de Sansão, o anjo do Senhor os exortou a um modo de vida: um modo de vida dependente de Deus, que glorifique a Deus, com confiança em Deus e rendido a Deus.

Esse é o significado cultural do voto nazireu que Manoá, sua esposa e seu filho deveriam cumprir. Era um compromisso de consagrar e dedicar suas vidas a Deus através de uma fé viva, moldada pela confiança diária em Deus somente. O sustento do dia era o fruto da videira. Escolher não beber dele significava viver como Jesus viveu, em Mateus 4.4 “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus”.

Manoá e sua esposa desejavam o que cada um de nós deseja como pais cristãos. “Pai, ensina-me a ser pai de meu filho”. Nosso Pai responde a nossa oração, mas a seu modo, não ao nosso. Seu manual para pais tem uma “regra”, um “mandamento”. É assim:

Pai, seja semelhante a Cristo sendo dependente de Deus.

Principal orientação de Deus aos Pais.

Esta é a mesma mensagem que recebemos de Paulo em Efésios. Paulo escreve cento e trinta e quatro versículos sobre a vida dependente do evangelho em Efésios 1.1?6.3 antes de nos oferecer um versículo sobre paternidade. “E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Esse verso é importante e eventualmente o usamos como tema. No entanto, é um versículo em um contexto maior, centrado no evangelho e dependente de Cristo.

Quando aconselho os pais, eles geralmente esperam que eu corra com eles para Efésios 6.4. Ou, se seus filhos adolescentes estiverem na sessão, eles insistem em que eu vá para Efésios 6.1-3 e para a ordem de Paulo de que os filhos devem honrar e obedecer aos seus pais. Inicialmente, eles ficam um pouco surpresos quando começamos a explorar princípios centrados no evangelho, como:

• Nosso propósito de vida, como pais e filhos, para glorificar a Deus (Ef 1);
• Nossa necessidade vitalícia de Cristo por causa de nossa culpa diante de Deus (Ef 2);
• Nossa dependência de Cristo ao longo da vida, pela graça de Deus (Ef 2-3);
• Nosso poder vitalício de crescimento através do Espírito de Deus (Ef 3-6).

Juízes 13 e Efésios 1-6 transmitem a mesma orientação básica, de Deus, aos pais.

Para nos tornarmos pais mais poderosos, precisamos nos tornar pessoas mais piedosas: pessoas dedicadas à dependência de Deus.

Sem dúvida, os pais precisam de sabedoria específica para situações específicas com cada um de seus filhos singulares. No entanto, de acordo com Juízes 13 e Efésios 1-6, o princípio da sabedoria, fora do fundamento da dependência dos pais a Deus, leva a tentativas de ser pais no poder da carne, e não no poder do Espírito.

A Oração Sobrenatural de Todo Pai: “Enche-me, ó Pai”

Nossa oração é que, pela graça de Cristo a nós, como pais, possamos criar crianças saturadas pela GRAÇA em um mundo orientado para resultados. Seja o que for que nossos filhos possam precisar, queremos que suas vidas sejam cercadas pela graça e que seus corações sejam sempre atraídos pela graça de Cristo.

Então oramos:

“Enche-me, ó pai, porque estou vazio. Eu não posso ser pai sozinho. Meus recursos são limitados; os seus infinitos. Minha sabedoria é tão pequena; a sua é extraordinária. Meu amor é tão inconsistente; o seu imutável. Minha disciplina é tão dura em um momento e tão relaxada no seguinte; a sua é perfeita. Meu discipulado é tão fraco; o seu tão majestoso.

Pai, eu preciso de ti. Meus filhos precisam que eu precise de ti. Ajoelho-me diante de ti neste dia, neste momento, mãos vazias levantadas ao Senhor e olhos erguidos esperançosamente em direção a ti. Dê-me hoje o meu pão diário dos pais – dedicação de pai que glorifica ao Senhor por ser dependente do Senhor, discernimento de pai baseado na revelação da sua Palavra, devoção de pai que reflete sua afeição e afirmação paterna em Cristo, disciplina de pai que desafia coração do filho e discipulado de pai que equipa o filho para a corrida da vida.

Eu sei que somente o Senhor é o Pai perfeito, portanto, sei que não serei um pai perfeito hoje.

Por isso, oro para que o Senhor me capacite a ser um pai GRACIOSO e que, o Senhor seja, afinal, o pai dos meus filhos.

Por favor, habilite-me a ser pai de meus filhos como o Senhor é meu pai.

Com amor, seu sempre dependente filho.

Este post foi extraído, com permissão, do livro do Dr. Kellemen, “Raising Kids in the Way of Grace: 5 Practical Marks of Grace-Focused Parenting”.

Publicado Originalmente em: http://feedproxy.google.com/~r/voltemosaoevangelho/~3/2xMRneSLIxk/

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