Como o Calvinismo torna pastores menos esgotados

Mais que conselhos de senso comum

Como em qualquer profissão exigente, os pastores podem se esgotar devido à grande quantidade de trabalho a ser realizado dentro das poucas horas disponíveis por dia. A carga de trabalho pode facilmente tornar-se excessiva para o quadro emocional.

Infelizmente, os conselheiros aconselham os pastores a evitar o desgaste com os mesmos conselhos de senso comum que dão a qualquer pessoa: reserve um tempo para recreação e descanso; cuide da sua família; e assim por diante. É o tipo de conselho que você encontrará nas revistas de liderança de qualquer organização secular

Esse conselho não é ruim. Como eu disse, é senso comum. No entanto, os cristãos devem procurar uma fonte mais fundamental de ajuda: o evangelho no qual cremos. Os pastores, em particular, devem se lembrar da soberania de Deus em todas as coisas, especialmente na salvação.

Como o Calvinismo previne o esgotamento

Um calvinista, disse BB Warfield, é alguém que “crê em Deus sem reservas e está determinado a que Deus seja Deus para ele em todos os seus pensamentos, sentimentos e disposição … ao longo de todas as suas relações sociais e religiosas individuais”. Como então crer que Deus é Deus em todo o nosso pensamento, sentimento, vontade e relacionamento pode impedir o esgotamento ministerial?

Para começar, é libertador saber que Deus está no controle de todas as coisas, especialmente se estamos trabalhando em “terreno difícil” pelo evangelho e pela verdade bíblica. Aprendemos a trabalhar fielmente e deixar os frutos sob a responsabilidade de Deus.

Essa confiança deu ao apóstolo Paulo um equilíbrio no ministério. Quando as pessoas o compararam a Apolo. Ele respondeu: “Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes, e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento”. (1Co 3.5–7). Ele não se sentiu pressionado a ser como Apolo.

Essa confiança é igualmente aplicável quando se trata de conversões. A teologia calvinista diz que somos responsáveis por orar e apresentar o evangelho. Mas isso nos impede de pensar que podemos fazer qualquer coisa para produzir a conversão dos pecadores. Sabemos que a regeneração é um ato soberano de Deus. Nós devemos plantar a semente e regá-la. Mas somente Deus dá crescimento. Jesus disse: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”. (Jo 3.8).

O conhecimento da soberania de Deus é um contrapeso importante para pastores conscientes que desejam fazer um bom trabalho para o Senhor. Saber que o trabalho espiritual é fruto apenas do Espírito Santo nos liberta do fardo de fazer algo que somos incapazes de fazer. Ele remove um peso indevidamente colocado dos ombros do pastor, mas sem tirar a responsabilidade de ser fiel.

Por fim, a paixão do calvinista pela glória de Deus faz com que um pastor se preocupe menos com as opiniões dos homens. Essa paixão envolve mais do que desenvolver uma “casca dura”. Pelo contrário, como Warfield coloca, o calvinismo é “aquela visão da majestade de Deus que permeia toda a vida e toda a experiência”. É uma preocupação positiva em relação a quem realmente importa na vida – Deus! Você está liberto de trabalhar para agradar aos homens e trabalha cada vez mais para agradar somente a Deus.

Portanto, em vez de apenas dar aos pastores conselhos de senso comum sobre como evitar o esgotamento, vamos dar um passo adiante e incentivá-los a buscar regularmente refrigério nas antigas e fortes doutrinas calvinistas. Dessa forma, olharemos para Deus enquanto trabalhamos nas trincheiras do ministério. Se o fizermos, encontraremos menos vítimas fatais em nossas fileiras.