13 abr 2020 
Posted by Irmãos em Cristo 
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O mundo atravessando uma pandemia, como uma expressão do vale da sombra da morte presente no Salmo 23. Apesar da desgraça, é interessante notar como estamos exercitando nosso pensamento político – fruto também de um despertamento acelerado nos últimos anos, e fruto de tantos escândalos insuportáveis, que fazem a sociedade brasileira tomar gosto pelo tema. Estamos aprendendo a colocar escolas de pensamento e visões de mundo na balança: entendendo o que é progressismo, coletivismo, liberalismo, conservadorismo.
Nossa intenção é dar algumas pinceladas sobre o que é o conservadorismo em seu sentido puro e simples: trata-se de uma visão de vida comprometida, antes de tudo, com a realidade palpável. E, por realidade, entendam-se aqueles aspectos comezinhos de nossa vida quotidiana: a família e suas múltiplas dimensões sociais, a possibilidade de suprimento, geração de empregos (em um ambiente de livres trocas, com um Estado garantindo a segurança jurídica nos acordos, bem como o direito de propriedade) e a promoção da dignidade da pessoa humana por meio de políticas estruturadas para manter direitos e garantias fundamentais que visem ao bem comum. O conservadorismo não lida simplesmente com uma ideia romântica de mundo, um sonho utópico. Lidamos com premissas baseadas na observação e experiência das gerações anteriores, pois não há futuro sem passado e presente.
A maneira como cuidamos da nossa família revela por qual modelo político nós somos (de fato) adeptos. Ser um conservador de Facebook, mas ser negligente em proteger a família, é uma grande hipocrisia. Ainda pior, quando somos teimosos ao ponto de colocar a vida de muitos outros em risco: aí perde-se mesmo a paciência – um desprezo à ideia de bem comum, que foi trabalhosamente destrinchada pelo doutor da Igreja, Tomás de Aquino.
Além de ser um momento para fortalecer nossa fé e ser firme quanto ao valor da dignidade da pessoa humana como princípio constitucional, é um tempo de prudência. No mesmo sentido, um momento para apoiar o governo em todas as medidas que estão sendo tomadas, e denunciar qualquer ação por parte de governantes, prefeitos ou juízes que ajam em desacordo com a Constituição e em descompasso com as orientações do próprio presidente da República[1][2].
A lição de Direito Religioso que podemos deixar nesse momento é que a defesa pela preservação das instituições deve continuar fortalecida [3]. Exercitamos essa crença no desempenho da provisão familiar, na fiscalização quanto as medidas locais que estão a ser tomadas para conter o vírus e no combate efetivo contra qualquer ideologia que tente surfar na onda da histeria, ou que tente criar uma imunidade para regimes comunistas que tem responsabilidade pela desgraça ao qual vivemos [se a tese de desenvolvimento do vírus não for comprovada, a negligência já foi assumida: governantes chineses silenciaram e deram as costas para um perigo iminente].
Aqui também vale lembrar que a República Socialista da China já tem em seu histórico diversos atos de violação à dignidade da pessoa humana, como a perseguição religiosa contra os cristãos e o sistema de créditos sociais que macula a vida privada da população e obriga que todos adotem uma postura benevolente com um governo marxista.
Devemos manter todas as frentes alimentadas: a frente de proteção aos nossos familiares, a frente de propostas para o governo que tenham viabilidade existencial e a frente que não se curva para qualquer sistema de governo que ignore o valor da vida humana.
[3] VIEIRA, Thiago. REGINA, Jean. Direito Religioso: Questões Práticas e Teóricas. 3ª Ed. Revisada e ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2020.
[1] Juiz determina fechamento de Igreja, impondo multa se houver descumprimento. Veja em nosso canal: <https://www.youtube.com/watch?v=5oNqEEgwe_8&t=56s>
[2] Também explicamos a situação brasileira no artigo Pandemia, Estado e Igreja: <https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/cronicas-de-um-estado-laico/pandemia-coronavirus-estado-e-igreja/>
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