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Um dos meus maiores temores para a igreja de hoje é que fiquemos entediados com a cruz de Cristo. Estou preocupado com o fato de que qualquer menção a Cristo e este crucificado¹ esteja levando muitos cristãos professos a dizerem a si mesmos: “Sim, eu sei tudo sobre Jesus morrer na cruz pelos meus pecados — vamos passar para outra coisa. Vamos além do básico e vamos lidar com questões teológicas maiores”. Eu acredito firmemente que Satanás está determinado a tentar nos destruir, mas ele já se satisfará em apenas fazer com que percamos nossa perplexidade a respeito de Cristo e este crucificado. Tal perda de perplexidade, geralmente, começa no púlpito e, rapidamente, atinge os corações e as casas dos que estão no banco. Quando os pastores param de pregar sobre a cruz ou mencionam isso apenas quando necessário, o povo de Deus pode facilmente começar a ver a cruz como um assunto superficial que só precisa ser considerado ocasionalmente.

Todos os cristãos professos sabem que a cruz é importante, mas muitas vezes falhamos em compreender o significado pleno  dela — que a cruz não está apenas no coração da nossa fé, mas abrange toda a existência da nossa fé, nossa vida e nossa adoração. Para que possuamos uma teologia da cruz adequada, a realidade de Cristo e este crucificado deve nos possuir em tudo que acreditamos e em tudo que fazemos. A cruz não deve estar apenas no topo de nossa lista de prioridades teológicas; deve estar no centro de todas as nossas prioridades teológicas. Se ficarmos entediados com a cruz de Cristo, e se perdermos nossa perplexidade por Cristo e este crucificado, rapidamente começaremos a perder a inteireza da doutrina e prática cristã.

A questão é, então, por que é que muitos cristãos não ouvem muito sobre a cruz de Cristo? Por que é que alguns pregadores não se aprofundam na teologia da cruz? Alguns pregadores não gastam muito tempo abordando a cruz porque, se o fizerem, eles terão que falar sobre o pecado, a ira de Deus, a santidade de Deus e a condenação eterna de Deus ao inferno para todos aqueles que não se arrependerem aos pés da Cruz. Corretamente, faremos bem em nos concentrar no amor de Deus demonstrado na cruz, mas se não compreendermos a ira de Deus, não apenas contra o pecado, mas contra os pecadores, então não poderemos compreender o amor de Deus pelos pecadores. Se falharmos em entender do que Deus está nos salvando — a saber, ira, julgamento e inferno — nunca entenderemos sua misericórdia. Se não formos confrontados com a miséria do nosso pecado, não seremos capazes de descansar em sua maravilhosa graça. Pois somente quando entendemos que nós, em nosso pecado, colocamos Jesus na cruz é que podemos começar a ver o que Deus fez por nós na cruz.