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Uma mulher da comunidade estava comigo na igreja num domingo. Bem no meio do culto, enquanto ouvia Mez pregar, ela se virou para mim e disse: “O quê?!” Mez estava pregando sobre submissão e ela estava absolutamente transtornada com o que ele estava dizendo. “De jeito nenhum, de jeito nenhum eu vou me submeter a meu homem. Eu não estou entendendo o que ele está dizendo!”

Aqui está, resumindo em poucas palavras, uma das maiores lutas enfrentadas por muitas das mulheres que encontramos em comunidades habitacionais carentes. O conceito de submissão é estranho para elas. Mas não é apenas um problema dessas comunidades. Uma de minhas amigas recentemente me lembrou que é seu dever não se submeter para que ela possa ensinar a seu marido que ele está errado.

Submissão e mulheres obstinadas

Agora, sou uma mulher obstinada, articulada, capaz e inteligente, que sobreviveu sozinha por mais de uma década. Mesmo assim, acredito absolutamente no princípio bíblico de submissão. Eu me submeto à autoridade dada por Deus sobre mim, mesmo quando não gosto do que dizem ou fazem. Faço isso porque fui chamada, e realmente acredito, que é a chave para uma verdadeira unidade no lar e na igreja. No entanto, em nossa cultura, a verdade de Deus foi distorcida na mentira de que submissão é igual a fraqueza, ou que se submeter sugere falta de igualdade entre homens e mulheres, ou que se nos submetermos seremos dominadas, oprimidas e/ou abusadas.

Infelizmente, existem alguns princípios por aí que, como acontece com todas as coisas boas de Deus, abusam do que ele nos deu. Isso é um fato inevitável. Mas acabar com o princípio bíblico de submissão com base no fato de que as pessoas abusam dele é um grave erro. É certo que é preciso força e humildade para se submeter, principalmente se você for corajosa para começar.

O que submissão não é

Ouça a Cristo, que se humilhou e se submeteu à vontade de seu Pai, até a morte: “Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.” (Jo 6.38). Reflita sobre as glórias de Filipenses 2, onde somos instruídos de que Jesus, sendo Deus em sua própria natureza, não considerou a igualdade com Deus como algo a ser conquistado, mas antes se esvaziou, tomou a forma de um servo e nasceu em semelhança de homens (Fp 2.5-11).

Jesus fez tudo isso em submissão à vontade de seu Pai. A submissão não estava abaixo dele, mas pensamos que está abaixo de nós. Por quê? Existem muitas razões. Mas acho que o que prevalece é simples: a submissão bíblica não está sendo ensinada ou exemplificada em muitas de nossas igrejas. Vamos considerar algumas coisas que a submissão bíblica não é.

• Submissão não é sujeição, como se um fosse sobrepujar o outro. As mulheres não devem ser escravizadas pela submissão ou dominadas pela autoridade sobre nós. Homens piedosos conduzem como Cristo, que deu a vida pela sua noiva (Ef 5.25). Em outras palavras, a liderança cristã não deve ser opressiva, tirânica ou cruel. Mulheres, vocês devem ser guiadas como Cristo, que foi de boa vontade para a cruz.
• Submissão não é fraqueza ou nunca ter que trabalhar ou tomar decisões. Não deixamos nossos cérebros na porta quando nos submetemos. Dê uma olhada em Provérbios 31, onde encontramos uma mulher inteligente, capaz, diligente e impressionante. Retemos mérito e valor em nossa submissão.
• Submissão não é todas as mulheres se submetendo a todos os homens. A mulher deve se submeter – em primeiro lugar – ao Senhor. Ela deve se submeter como membro da igreja à liderança da igreja. Se casada, a mulher deve se submeter ao marido (Ef 5.22-24). Mas em nenhum lugar a Bíblia sugere que todos os homens têm autoridade sobre todas as mulheres.
• Submissão não é obediência passiva. Não devemos seguir homens que nos encorajam em práticas pecaminosas. Não acredito que devamos seguir cegamente sem envolver nossos cérebros. Pense em Raabe, por exemplo, que escondeu os espias e, ao quebrar a lei de seus próprios anciãos, estava de fato se submetendo à vontade de Deus. Considere as parteiras israelitas que não mataram todos os bebês do sexo masculino. Não devemos descartar a perfeita vontade de Deus em nossa submissão.
• A submissão não é silenciosa. Podemos ter influência para o bem. Podemos ser ouvidas e influenciar as autoridades quando isso é feito de uma boa forma e com respeito. Pense em Abigail, que desafiou Davi em 1 Samuel 25. Ela fez sua voz valer a pena. Não é rebeldia discordar se for feito da forma correta e com respeito.
• A submissão não é apenas para mulheres. Os homens também são chamados a se submeter, seja às autoridades governamentais ou aos presbíteros de uma igreja local. Na verdade, submeter-nos uns aos outros por reverência a Cristo (Ef 5.21) é fundamental para o nosso discipulado. Os membros da igreja se submetem à liderança da igreja, os funcionários se submetem aos chefes, os filhos se submetem aos pais e a lista continua. Como eu disse antes, até mesmo Cristo se submeteu à vontade de seu Pai.

Submissão e confiança

Para muitos de nós, nossa falta de submissão se resume à falta de confiança. Confiamos na liderança dada por Deus em nossos lares e igrejas? Ou somos mulheres em Provérbios 7:11” (NVI) “espalhafatosa e provocadora?” Estamos simplesmente cedendo à nossa natureza orgulhosa e rebelde? Nosso lar é uma luta constante pela liderança, um poço de luta pelo poder e cheio de discussões? Em Provérbios 25.24 (NVI), lemos que “Melhor é viver num canto sob o telhado do que repartir a casa com uma mulher briguenta.”

Por que tantos de nós lutamos para nos submeter? É uma pergunta enorme com uma resposta muito pessoal. É uma pergunta que precisamos responder honestamente diante de Deus. Se não lidarmos com a raiz de nossa luta para nos submeter, isso continuará a afetar todos os nossos relacionamentos, incluindo nosso relacionamento com o Senhor.

Exemplo de submissão

Nas comunidades carentes, muitas mulheres têm motivos justificáveis, a julgar pela experiência passada dos homens em suas vidas, para não quererem se submeter. Para ser honesta, seria muito fácil desculpar seu comportamento. Muitas foram terrivelmente abusadas e dominadas por homens. Além disso, a submissão bíblica é tão contracultura que vai contra a veia matriarcal presente em nossas comunidades.

É por isso que precisamos desesperadamente de mulheres maduras e piedosas para exemplificar a submissão de Cristo no lar e na igreja. Também precisamos de homens piedosos para exemplificar a liderança bíblica à maneira de Cristo, a fim de pintar o belo quadro de vida ordenado por Deus sob seu governo. A submissão piedosa é uma ferramenta poderosa quando usada como Deus deseja.

Publicado Originalmente em: http://feedproxy.google.com/~r/voltemosaoevangelho/~3/IUMdvMo4EO4/

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